sexta-feira, 16 de novembro de 2012

NOLAVA - random stuff

- Ei, você! Espera! – o Arthur disse correndo atrás dela ofegante.
- O que você quer? – ela respondeu de forma grosseira.
- Eu... – ele abaixou a cabeça perdendo a fala. – Não sei.
- Ah que ótimo. Olha, eu realmente não tenho tempo pra isso.
- Eu sei, quer dizer. Imagino que você deva ser muito ocupada.
- Eu sou. – ela disse evitando olhar nos olhos dele.
- Desculpe, eu não sei porque eu... – ele não terminou a frase. Ao invés disso ele levantou a cabeça e procurou olhá-la nos olhos o que a pegou de guarda baixa.
Novamente aquela sensação estranha a invadiu. Era como se eles se conhecessem há muito tempo. Ela sentia que o amava. Mas isso era impossível.
Desviou o olhar ainda mais irritada do que estava antes.
- Não me procure de novo. Ok? Não tenho tempo pra ficar jogando conversa fora.
- É verdade o que dizem? – ele perguntou afobado como se quisesse continuar falando pra mantê-la ali.
- Isso depende. O que andam dizendo agora? Que eu sei voar?
- Dizem que você será a próxima Alta Sacerdotisa.
- Bem, isso ninguém sabe. Mas é o que eu quero. Não que isso seja da sua conta.
- Você não quer se casar? Ter filhos?
- Uma Alta Sacerdotisa pode ter filhos. Quanto ao casamento... Ah não, obrigada. Quer dizer, de certa forma, me casarei com aquele que for o Merlin.
- Eu ouvi sobre isso e me parece ser estranho.
- Eu ouvi que você foi criado como Cristão então obviamente tudo aqui é muito estranho pra você.
- É, eu fui. Mas...
- Mas?
- Não sei, sempre me pareceu que estava faltando alguma coisa. É como se não fosse capaz de preencher tudo aquilo que eu tinha duvida.
- E aqui você consegue?
- Consigo. – ele respondeu parecendo envergonhado.
- Isso não é motivo pra ter vergonha.
- Acho que sim. Não sei, ainda estou tentando me acostumar com tudo isso. Cresci ouvindo que tudo isso que vocês acreditam e cultuam aqui é coisa do diabo.
- É o que você acha?
- Não. – ele disse sincero.
- Que bom. Porque não é. Nem acreditamos no diabo. Isso é uma invenção Cristã, não nossa.
Os dois ficaram em silêncio olhando pro rosto um do outro, mas sem se olharem diretamente nos olhos.
- Sabe, eu sinto como se te conhecesse há muito tempo.
Assim quando ele disse isso ela gelou e seu coração acelerou feito louco. Ela ficou grata pela audição humana não ser capaz de ouvir sons sutis. Apesar que sutil seria a ultima palavra pra ela descrever essa reação estranha do seu coração.
Ela também tinha essa mesma sensação de que o conhecia há muito tempo. Mas não poderia incentivá-lo com nada disso.
- Você também sente isso? – ele perguntou esperançoso. Dava pra ver que ele esperava que ela dissesse que sim.
- Não. – ela mentiu. E nunca se sentiu tão mal por fazê-lo, mas sabia que sua melhor amiga estava apaixonada por esse garoto e não ficaria no caminho entre eles, até porque, ela queria ser a Alta Sacerdotisa, ou seja, não poderia ser de homem nenhum.
- Ah. Bom, você disse que tinha que ir né? Desculpe, não irei mais incomodá-la, só achei que devia saber disso.
- Já sei. Até mais. – ela disse sem sorrir virando as costas pra ela tentando não pensar nas possibilidades que havia acabado de deixar pra trás.

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