domingo, 22 de agosto de 2010

[Livro] Amor Celestial

Esse é o primeiro capítulo de um possível livro meu. Espero que gostem ;)


Capitulo 1 – Apresentação


Autobiografia por Ellen M.
Meu nome é Ellen, tenho 15 anos e estou cursando o primeiro ano do Ensino Médio no colégio Instituto Nossa Senhora da Piedade.
Não sou alguém muito interessante por isso não tenho o que escrever.
O que eu mais gosto de fazer é ficar deitada na minha cama escutando musica no meu Ipod. O que eu odeio fazer é tarefa domestica, qualquer uma.
Minhas matérias prediletas são Química, Física e Biologia. Detesto Matemática, Português e Geografia. O resto eu suporto.
Meu livro predileto é...

Eu mal comecei a escrever e já estava cansada. A professora de redação nos mandou escrever uma curta autobiografia pra que ela pudesse nos conhecer melhor. Fala serio eu não sei o que se passa na cabeça de uma pessoa que pede isso. Ao menos é melhor do que pedir que a gente vá lá à frente se apresentar.
Essa é a primeira aula de redação do ano. A professora chegou aqui atrasada com uns papeis na mão distribuiu por toda a sala e no papel dizia o que teríamos que fazer. Ela mandou incluir o que mais gostamos de fazer, o que não gostamos, a nossa maior qualidade, nosso maior defeito, nosso tipo de livro, o tipo de livro que não gostamos e etc. Eu não faço a mínima idéia do meu maior defeito ou de minha maior qualidade. Nunca parei pra pensar nisso.
“Ei Gabi!” preciso de ajuda nisso aqui. A Gabi gosta bastante de escrever, então ela pode me dar uma mãozinha.
“Oi, diga”.
“Cara eu realmente não sei fazer isso. Autobiografia?” olhei pra ela pedindo socorro. Isso é extremamente chato e se continuar assim vou acabar perdendo em redação.
“Ai meu deus. Não faça essa cara, redação é importante e...” eu a interrompi. Não estava com saco de mais um daqueles discursos do quão importante é ser boa em redação.
“Eu sei, eu sei. Dá pra me ajudar?”
“Você ao menos começou?”
“Sim, olha aqui” passei meu caderno pra ela. Ela lê extremamente rápido e eu fiquei impressionada ela mal olhou o caderno e já me devolveu.
“Seu texto está completamente solto. Você precisa aprender a ligar seu texto. É como numa conversa sabe? O que você está fazendo aí é só respondendo aleatoriamente as perguntas da professora. Faz assim... Imagina que está se apresentando pra algum gato, ele não te conhece e quer te conhecer, mas a única maneira de você falar com ele é escrevendo” ela piscou pra mim e voltou a fazer o dela.
Devo dizer que essa dica dela é realmente boa. Agora fica bem mais fácil fazer esse negocio.
“Obrigada” agradeci. Ela salvou minha pele porque a louca da professora disse que isso vale dois pontos! Que absurdo.
“Mas ei Gabi, mais uma coisa. Qual meu maior defeito?”
“Hum, que você não cala a boca?” ok, ok já saquei.
“Huh, ok. E minha maior qualidade?” insisti.
“Fidelidade eu acho. Não sei, porque não pergunta a uma das meninas? Agora deixa eu fazer isso aqui antes que eu perca meus dois pontos”.
“Ok desculpa. E valeu pela ajuda”
“De nada, de nada”. Ela respondeu impacientemente.
Eu olhei ao redor e as meninas estavam todas concentradas fazendo suas autobiografias. Impressão minha ou sou a única pessoa com dificuldade nisso? Está todo mundo com a cabeça abaixada escrevendo, resta saber se é a autobiografia mesmo né. Deve ser porque isso vale dois pontos. DOIS PONTOS! Absurdo.
Quando eu finalmente decidi voltar a escrever a Gabi levantou e entregou a autobiografia dela. Foi a primeira da sala. A professora olhou surpresa e começou a ler a autobiografia da Gabi enquanto ela voltava a sentar.
“Caramba. Você é rápida mesmo hein?”. Enquanto eu preciso urgentemente de ajuda.
“Conseguiu fazer?”
“Er, na verdade não. Ajuda?”
“Vem cá. Junta sua cadeira com a minha”
“Eba! Valeu! Você é um anjo” ela sorriu.
Então a Gabi começou a me ajudar com a minha autobiografia e me deu outros macetes de como interligar as frases de um texto. Ela realmente manja disso.
Quando acabei finalmente a minha autobiografia, revisada pela Gabi, a aula faltava uns 5 minutos pra acabar. Faltava umas sete pessoas acabarem. O restante estava conversando, ouvindo musica em seus Ipods, tirando foto... Os novatos, alguns deles na verdade, estavam apenas observando a galera e com aquele olhar de “eu quero fazer parte disto”.
Sempre morei minha vida toda aqui em Ilhéus. Sempre estudei aqui no Piedade então nem sei como é ser novato, mas imagino que não deve ser muito legal.
As meninas estavam num canto conversando e eu sorri ao vê-las. Essa é a melhor coisa do colégio cara, meus amigos. Eu fico tão feliz quando estamos juntas, não sei explicar, é legal demais. Junto com elas estavam o Alex, o Ricardo e o Antonio. Essa era minha galera.
Eu, a Gabi, a Leninha, a Paulinha e a Talita formamos um grupo. Incrivelmente também somos a seleção do colégio de vôlei, nós e mais uma menina do terceiro ano. Eu e minhas amigas somos tão iguais ao mesmo tempo somos tão diferentes.
Todas nós jogamos vôlei e jogamos bem. Todas nós gostamos de dançar e ir pra uma boa festa. Algumas pessoas até dizem que falamos e andamos parecido. Talvez seja, a convivência faz um pouco disso. Acho que a semelhança pára por aí. Pensamos, agimos e nos vestimos diferente.
A Paulinha, por exemplo, é aquela que se veste de acordo com a moda. O estilo dela é o que está na moda. Incrivelmente as roupas sempre caem muito bem nela.
A Leninha é aquela que tem aquele jeitinho romântico. Jeans com sapato boneca e uma blusinha fofa por cima ou então vestidinhos.
A Talita gosta de se vestir pra chamar a atenção. Ela realmente tem estilo e combina as roupas muito bem. Ela gosta mesmo é dos brilhos. Qualquer coisa que seja diferente ou que tenha brilho ela adora. O lance é chamar a atenção.
A Gabi se veste de acordo com o ambiente. Ela é despojada e tem um estilo básico. Na maioria das vezes ta com jeans e uma camiseta maneira. Ela realmente ama jeans.
Quanto a mim... Sou totalmente eclética com esse lance de roupa. Na verdade depende do meu humor no dia. Às vezes quero vestir um vestido super fofo, às vezes quero me vestir como alguém antigo, enfim vario bastante. Meu estilo vai desde o gótico até o vintage. Eu amo todos.
Quando eu visto vintage a Paulinha pira comigo. Ela diz que eu devia me vestir de acordo com a minha época e não como se eu vivesse no passado, eu tentei explicar pra ela que é um estilo, mas ela simplesmente não entende então eu desisti de tentar explicar. Às vezes algumas peças vintage entram na moda e a Paulinha passa a usar, eu fico zoando ela dizendo que ela está vestindo roupa antiga também, mas ela vem com o papinho de que está na moda. Ela não muda, não tem jeito.
“Bem meninos pra terminar eu gostaria de propor uma coisa a vocês” a professora falou tão do nada que me pegou de surpresa. “Eu comecei a ler algumas autobiografias e vi que muitos de vocês tiveram dificuldades” ha, eu não fui a única! “Uma em especial me impressionou bastante. Não apenas pela forma sucinta, mas pela forma do texto. Esse texto foi da...” ela olhou para a folha em suas mãos “Gabriella Nascimento”.
Ha novidade! A Gabi é realmente muito boa. “Junto com a Gabriella e com alguns outros, eu gostaria de fazer um trabalho monitorado com vocês. As pessoas com facilidades irão ajudá-los. Vocês formarão grupos de oito pessoas e um deles será o líder, o monitor. Vocês escolhem ou eu escolho?” o que é claro a turma respondeu uniformemente “A gente escolhe!”. Qual o tipo de aluno prefere que o professor escolha?
“Muito bem, muito bem. Formem os grupos e passem os nomes pra Gabriella, tudo bem Gabi?” ela acenou confirmando e a professora se foi.
“Nós cinco e quem mais?” não sei o porquê da pergunta da Leninha, mas pra mim era bem obvio qual o grupo.
“Os meninos. Vou falar com eles” a Talita disse e foi falar com os meninos.
Sempre quando algum professor sai da sala para a troca de aulas a galera sai em peso da sala, hoje por um milagre todo mundo ficou na sala, provavelmente pra terminar de escolher os grupos.
Todos estavam tão entretidos em suas conversas que acham que nem perceberam que na verdade não era o sino de final de aula e sim o do intervalo. As meninas também estavam rindo com alguma coisa que os meninos estavam falando e eu não estava tão no clima assim, então eu simplesmente desci as escada e fui pra cantina.
Foi tão bom aquela sensação de “estou de volta”, ver a cantina, aquela confusão de todo mundo gritando e falando ao mesmo tempo tentando conseguir pegar seu lanche. Aquela fila imensa que faz qualquer ser desistir só de olhar. Coisas que com o passar do ano não agüentamos mais, mas que me fez sentir falta nas férias.
Liguei meu Ipod e fiquei escutando músicas da Beyonce enquanto esperava. Finalmente quando chegou minha vez peguei as fichas e fui pra luta de conseguir um lanche, felizmente pra minha sorte cheguei lá e consegui ser atendida rapidamente. Pedi um cachorro-quente com tudo e uma coca-cola.
“Obrigada” disse sorrindo para a tia da cantina.
“De nada querida. Você é sempre tão educada...” ela disse sonhadoramente pra mim. Cada louco com sua maluquice né? Eu agradeci, peguei meu lanche e antes que eu pudesse me virar sentir um par de braças me envolvendo.
Não fazia a mínima idéia de quem era o engraçadinho que estava se aproveitando da situação. Me virei rápido tentando me sair do abraço do engraçadinho já preparada para falar umas poucas e boas para ele, quando que pra minha surpresa o cara que tinha me abraçado era ninguém menos que Tiago Lima.
O que esse cara estava fazendo poucos minutos atrás é uma excelente pergunta. Pra inicio de conversa ele tem namorada e é extremamente lindo. Eu não costumo ficar sem reação ou ficar sem saber o que dizer mesmo que com quem eu esteja falando seja um gato total. No entanto fui tomada pela surpresa e fiquei meio sem reação enquanto ele sorria pra mim e dizia alguma coisa que obviamente eu não estava escutando por causa do barulho do Ipod.
“Acho melhor ficar sem isto” ele disse retirando um dos fones da minha orelha. “Desculpe pelo abraço, achei que fosse a Rafa, mas tudo bem por você né? Não vai ficar pirada não, vai?” ele piscou pra mim.
“Hum, não. Tudo ok” eu disse mal sabendo o que eu estava falando.
“Valeu. Desculpa de novo. Opa! Lá vem a Rafa e ela não está com uma boa cara, acho que ela me viu te abraçando. Caramba...” ele disse mais parecendo falar com ele do que comigo.
“Bem, boa sorte. Eu vou... Comer meu lanche antes que fique frio” eu disse e me virei pra sair dali, mas no exato momento que virei e andei tropecei em alguém que eu não havia visto fazendo meu cachorro-quente escapar de minhas mãos e sair voando exatamente em direção que ninguém menos que a namorada do Tiago. Ops!
“Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa” ela gritou fazendo todos se virarem pra ela. “Você!” ela apontou pra mim. Eu não sabia onde enfiar minha cara. Como se não bastasse pagar um mico em frente ao cara mais gato do colégio eu ainda fiz a namorada dele pagar um, ótimo! Só digo isso, que ótimo!
Fiquei tão concentrada no cachorro-quente voador que nem notei que tinha derramado um pouco do meu refrigerante em minha roupa e que uma poça se formava exatamente na parte frontal dela e aparentava que eu havia feito xixi nas calças. Huh, que sorte!
“Você!” ela disse de novo olhando pra mim com verdadeira fúria. “Olha o que fez comigo! Essa blusa é de marca e é nova!” ela disse ainda gritando e todos ao redor olhando.
“Bom, foi mal, totalmente sem intenção, eu tropecei sem querer e o cachorro-quente voou” disse sem dar atenção ao drama dela e sim a poça formada em minhas calças.
“Ahh fofinha, você dá em cima do meu namorado, derruba cachorro-quente na minha blusa de marca novinha e diz “ah foi mal”? Só pode ser piada, sua destrambelhada”.
“Antes eu até diria que sentia muito pelo o ocorrido, mas agora vejo que foi bom, dar uma corzinha” disse sarcasticamente.
“Como se atreve?” ela disse quase chorando e com muita raiva ainda. Eu não pude deixar de rir, aquela menina era uma das pessoas mais detestáveis que eu conheço. Ela não se encaixa no time dos populares legais, ela é daquelas meninas nojentinhas metidas.
“Bem, fofinha” eu disse imitando o tom de voz que ela havia usado comigo. “Me atrevo ao quê?” eu disse pegando da mão dela o cachorro-quente que ela havia tirado de cima de blusa dela poucos minutos atrás. “A isso?” perguntei melando ainda mais a blusa dela com o cachorro-quente.
Ao invés de me parar, me empurrar ou tentar me impedir ela apenas ficou me observando melar ainda mais a linda blusa fashion dela. Todos ao redor começaram a rir, risadas ecoaram por toda a cantina. O circo estava armado, a confusão feita. Já que eu tinha pagado um mico mesmo e ela também, porque não me vingar um pouco dela por algumas pessoas que ela já humilhou?
“Sua vaca! Olha o que você fez! Vai dizer que foi sem querer agora também?” ela disse chorando e gritando.
“Não, agora foi bem feito, muito bem feito modéstia a parte” eu disse sorrindo e piscando pra ela de pirraça. A garota simplesmente ficou ainda mais histérica do que ela já estava e veio pra cima de mim tentando me alcançar. Então eu comecei a correr atravessando a cantina e ela atrás de mim. Felizmente sempre fui boa em dribles e a driblei. Eu estava correndo tão rápido que nem vi o cachorro-quente no chão pisei nele e escorreguei caindo de bunda na frente de todo mundo. Ok, agora EU paguei mais um mico. Todos estavam rindo é claro. A escola toda!
“Ei, quer ajuda?” ouvi alguém acima dizendo. Quando eu olho está a pessoa que mais odeio nesse mundo, o Caduh.
“Não, obrigada por sua gentileza” fala serio, o que ele quer?
“Gentileza? Eu com você? Rá, espera bem sentada mesmo, nem precisa levantar. Falando nisso, você ainda não passou da idade de fazer xixi nas calças não? Caramba Ellen, devia usar fraldas!” ele disse me humilhando ainda mais.
“Ei cara, deixa ela” o Tiago veio não sei de onde em minha defesa.
“Tiago! Não tente defender essa...” a loira de farmácia o advertiu.
“Não termine Rafa, vamos embora. Tem outra blusa na mochila, não? Eu vou pegar lá na sala pra você trocar, me espere em frente ao banheiro. Já volto” ele disse falando com a namoradinha irritante dele. O que um cara tão legal como ele está fazendo com essa loira de farmácia? “E ei galera! O showzinho já acabou, voltem o que estavam fazendo!” ele disse para toda a galera que ainda estava nos olhando e rindo de mim.
“Não Tiaguinho, colé cara! Olha pra essa cdfzinha! Vamos lá, ria também eu sei que quer rir. Olha o que ela fez com a Rafa! Ela humilhou sua namorada. Rafa, você tá horrível, sem ofensa” ele disse agora rindo de nós duas.
“Cala a boca Caduh. Eu NUNCA estou horrível, ok? Se olhe no espelho antes de falar de mim”. Eu fiquei escutando a conversa deles, enquanto aos poucos as risadas iam sumindo e a galera voltava a seus afazeres e ignorava a gente.
Quando eu tentei levantar de forma digna, meus amigos chegaram e ficaram me enchendo de perguntas sobre o que tinha rolado e me pedindo desculpas por não estarem lá.
“Galera, tudo ok. Estou bem, quem não deve estar é a Rafaela” eu disse.
“Caramba Ellen, mandou muito bem. Aquela garota é uma metida esnobe. Se acha tanto só porque namora o Tiago “Perfeito” Lima” a Talita disse rindo.
“Tali, não fala assim né, serio gente sei que não vão acreditar em mim, mas a Rafa é legal” a Leninha tentou defender a Rafaela.
“Não defenda ela Leninha. Sabe muito bem o que ela fez com a Ana né? Pois é, não é algo que alguém legal faria, você sabe disso, eu acho” a Gabi veio em meu apoio.
“Vamos cambada, todo mundo pra dentro. Já me atrasei e a aula são 50 minutos apenas, vamos, vamos. Ei vocês aí? Não me ouvirão? Todos pra dentro! Agora!” disse um cara alto, meio gordinho e negro. Pela descrição dele só poderia ser o novo professor de matemática.
“Pelo visto esse cara deve ser um mala” o Alex disse cochichando pra gente.
“O que acabou dizer?” o professor perguntou pra ele.
“Nada não senhor” o Alex respondeu meio sem jeito.
“Senhor um ova! Meu nome é Patrick e eu irei dá aulas pra vocês sobre matemática durante esse ano, assim espero. Não irei pedir que se apresentem, não vou perguntar quem são os alunos novos, ninguém merece pagar esse mico não é mesmo? Até porque irei esquecer o nome de vocês assim que os pronunciarem, com o passar do ano também não irei saber o nome de quase nenhum de vocês, só faço questão de gravar o nome dos alunos que se destacam. Aqueles que conseguirem isso, não precisarão fazer minha prova da última unidade, obtendo nota máxima” assim que ele terminou o Caduh entrou na sala. Atrasado pra variar, esse garoto não tem jeito!
“Isso são horas rapaz? Já se passaram 10 minutos de aula, não sabe que o intervalo acaba 4:20?” o professor disse de forma meio inquisidora pro Caduh.
“Sei sim professor. É que... Bom, o senhor sabe que certas chances não dá pra deixar passar né?”.
“Tá falando do que exatamente?”
“Bem, simplesmente tinha uma gata me dando mole, então fui ficar com ela” ele disse sorrindo.
“Uow, nosso Caduh começa a atacar!” o Pedro, um dos idiotas e palhaços da turma se levantou e fez zoada de metralhadora.
“Hahahaha, é isso ai cara!” o Gustavo deu coro.
“Raaa muleque esperto!” o João também fez coro.
Fala serio, o quarteto deles é ridículo. Todos machistas, relaxados com a escola e só pensam em festas, mulher e sexo. Acredite em mim, eu já ouvi uma conversa deles.
Enquanto eles ovacionavam o Caduh, eu me verei pra olhar a Gabi e não tenho certeza se foi impressão, mas vi uma lágrima brotar de seus olhos. Eu não tinha certeza, mas eu achava que a Gabi gostava do Caduh. Surpreendente uma menina como ela gostar de um babaca como ele, mas quem manda no coração né? Ela sempre agia de forma estranha quando falamos do quão idiota ele é, ela nem defendia e nem criticava, só... Ficava na dela pensativamente. Não era incomum ele cabular aula, ao menos ano passado ele cabulava direto, e todas as aulas em que ele não estava ela ficava mais... solta. Não tinha vergonha de falar ou de perguntar toda hora se assim fosse necessário. Ela mudava muito quando ele estava, ou não estava. Por isso comecei a suspeitar que ela gosta dele, não contei pras meninas, porque elas certamente não se agüentariam e iriam falar com a Gabi. Já que ela não nos contou, provavelmente quer que ninguém saiba e não serei eu a contar.
“Ei Gabi, você tá chorando?” a Talita perguntou. Ops! Momento bem inapropriado pra Talita ter olhado pra Gabi, como ela irá disfarçar?
“Talita! Caramba, agora que vi sua sandália, que linda! Onde você comprou?” perguntei distraindo totalmente a Talita do possível choro da Gabi. A Gabi me lançou um olhar agradecendo, apenas dei de ombros. Não custa ajudar quando dá.
“Você é nojento Caduh” a Leninha disse pra ele. O que nos surpreendeu a Leninha ter falado tão diretamente.
“Poxa gracinha, não foi isso que disse quando ficou comigo né?”. A Leninha ficou com o Caduh? Bem, essa é nova! Quando foi isso que ela não me contou? Olhei pras meninas pra perguntar quando isso tinha acontecido, mas elas estavam com a mesma cara que eu devia estar. Quando isso aconteceu? Pelo visto a Leninha não contou a ninguém se for verdade, mas pela cara dela era bem verdade, a Leninha estava vermelha feito um tomate. Ela nem olhou mais pra ninguém só abaixou a cabeça e ficou olhando pro seu caderno fingindo estar escrevendo algo.
Os amigos do Caduh o ovacionaram mais uma vez é claro. Batendo nas cadeiras e gritando. Os outros garotos riram e as meninas ficaram dando risinhos, isso as que não haviam ficado com ele. Ou seja, tirando eu e minhas amigas, umas 5 garotas no máximo.
“Silêncio turma! Bem garoto, tudo bem, pode entrar, só sente-se e não diga mais um piu, senão irá sair de novo e pra não entrar mais”
“Pode deixar professor” ele disse e foi se sentar no seu lugar. Que por azar ficava ao meu lado.
“Bom, continuando... Todos que se destacarem positivamente irão ter um bônus na unidade final. Boa sorte a todos vocês, estudem, aproveitem as duas primeiras unidades porque é mais fácil e...” antes que ele pudesse concluir sua fala eu levantei a mão.
“Sim?”
“Posso ir no banheiro?” perguntei. Não sei por que eu pedi ao banheiro se nem com vontade estava simplesmente me veio uma urgência de sair da sala.
“Pode sim. Ande logo e não atrapalhe mais a aula” ele disse gentilmente.
“Desculpe” eu disse e fui saindo.
“É melhor ir logo hein Ellen, antes que se molhe de novo” o Caduh disse fazendo todos rirem. Esse cara só faz encher o saco.
Então o ignorei e continuei andando quando senti algo se esbarrando em mim e só ouvi um baque de coisas caindo no chão. Quando olhei era uma menina que eu nunca havia visto na minha vida, mas eu tinha um forte sentimento de que a conhecia de algum lugar.
Ignorando minhas impressões e sentimentos, eu abaixei para ajudá-la a catar as coisas que haviam caído. Ela se abaixou exatamente na mesma hora que eu e fomos levantando lentamente, como sempre acontece nos filmes, só que nos filmes era romanticamente, mas não este não era o caso. Quando fui entregar as coisas dela pra ela, sem querer minhas mãos tocaram na dela e eu apenas senti um arrepio percorrendo meu corpo. Então eu desmaiei.

Um comentário:

  1. Muito mais sincero, de fato.
    Meio gay o final ;D
    Não, isso é o que VOCÊ quer.
    Detalhes, detalhes.
    E pare com essa mania de falar como se fosse outra pessoa.
    Haha, ok beibi.

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